terça-feira, 6 de maio de 2008

Entrevista com a Banda Beatrix

"Esta é a revolução: Amar!!!"


Por Carlos Eduardo Freitas

“Dizer o que pensa, pensar o que canta, cantar a vida em todas as sua nuances”. Este é o ideal da Banda Beatrix, que com apenas três aninhos de estrada, chega à cena da música católica arrebentando e, de fato, causando uma revolução por meio do amor, como é intitulado seu primeiro cd: Revolution. Em entrevista exclusiva para o Blog do Cenáculo, a vocalista da banda, a paulista de 20 anos de idade, Aura Lyris, fala da missão da banda e presenteia os músicos de Salvador, e todo o público que curte a música católica, com verdadeiras receitas para servir bem a Deus, nessa missão de evangelizar através da canção. Além de Aura, integram a banda Thiago Augustini (bateria), Lize Borba (guitarra base e voz), Vinícius Souza (guitarra solo) e Bruno Espíndola (baixo).

BLOG - A banda Beatrix tem sido uma das novidades mais agradáveis da música católica nos últimos anos. Como começou a história da banda? O que motivou vocês?

Aura Lyris
- Primeiramente, obrigada por "uma das novidades mais agradáveis"! Todos nós tínhamos um sonho relacionado à música, Deus fazia parte deste sonho, sem nosso conhecimento. Todos morarmos na mesma cidade, por acaso, porque ninguém é daqui, e aceitarmos algo que Deus colocou em nosso caminho, foi o começo do Beatrix. O começo de uma história. Tem gente que diz: “Vocês tão bem pra quem tá começando agora”! Eu prefiro dizer que a gente já começou. Agora a coisa tá acontecendo! Hehehe! O que nos motivou e nos motiva é mostrar como o mundo pode ser se todos nos unirmos. Papo furado? Parece! Mas não é! As frases mais simples, mais surradas, são as mais verdadeiras. Queremos que a juventude seja consciente, seja presente, seja realmente parte da história, da mudança da humanidade e não espectadores do fracasso. Temos que ser agentes ativos para que a educação cresça, a saúde prevaleça, a justiça aconteça e a fé em Deus seja plantada nos corações.

BLOG - Muita gente ainda tem preconceito com o Rock. É muita coragem da banda usar este ritmo para trazer ao povo de Deus, principalmente aos jovens, esta mensagem que fala de atitude positiva para viver com Deus. O que os inspira?

Aura Lyris - Muita gente tem preconceito com muita coisa. Preconceito com cores, formas, tamanhos, status, sotaques, lugares, crenças, sons, gostos... Para mudar a opinião ou manter a mesma é preciso "conhecer". Experimentar (Tirando as drogas, que todo mundo sabe que faz mal, mesmo sem provar!). Dizer que o rock não leva a Deus é coisa, normalmente, dita por quem nunca experimentou o que o rock pode fazer. Como disse Jack Black no filme Escola do Rock: “Um bom show de rock pode mudar o mundo”! Assim como uma missa, uma pregação, um comício. Se pessoas se unirem por um ideal justo e Deus estiver presente com eles neste sonho, ele há de se realizar! O importante não é o instrumento e sim quem o utiliza. Meu pai colocava Pink Floyd pra eu ouvir quando estava na barriga da minha mãe. Hoje é uma das bandas que mais me inspira (musicalmente). O Rosa de Saron fez parte da minha conversão e hoje são exemplos de missão, fé e caminhada. O que me inspira a tocar rock na igreja, a utilizar desse segmento pra evangelizar é o que o Espírito Santo me trouxe em oração e é tudo que eu vivi através do rock.


BLOG - Bandas já consagradas como Rosa de Saron, cuja você se referiu a pouco, Eterna e The Flandres utilizam essa linguagem do rock para evangelizar e o fazem muito bem. A banda Beatrix é "bebê" nesta estrada, mas, já demonstra seu enorme potencial. A que se atribui isto?

Aura Lyris - Posso garantir que não somos os mesmos de três anos atrás. A cada missão, a cada show, a vida se transforma um pouquinho. A cada abraço, a cada testemunho, a cada lágrima. O potencial do Beatrix só Deus sabe até onde vai, mas, fazemos de tudo pra melhorá-lo a cada dia. O que somos hoje é fruto da convivência com outras bandas que estão há mais tempo na estrada e nos ensinam, mesmo sem dizer nada, um pouco mais do que é tocar pra Deus. O Beatrix é, simplesmente, vontade de Deus. Eu digo isso com toda convicção. Ele é o maestro disso tudo, nos perdoa, nos ama e nos dá cada vez um dia a mais para sermos melhores no que fazemos. E eu agradeço por isso!


BLOG - Muitos jovens correm atrás de novidades, de coisas diferentes. Isso pode ser um perigo quando é usado pelo mundo. O que o Beatrix faz para evitar que seu público não viva apenas a superficialidade, mas mergulhe na mensagem trazida pela música de vocês?


Aura Lyris - Cara, é realmente complicado trabalhar com essa linha musical e com esse público que vive na adrenalina 24 horas por dia! É preciso estar ungido, é preciso estar super-conectado com Deus, estar cheio do Espírito Santo... Quando o músico está assim, mesmo que não seja 100%, mas quer dar 100% do que tem, a graça acontece. Se eu não estou tentando fazer a missão acontecer, não terei nada mais do que rock pra oferecer aos jovens. Eu quero oferecer rock, mas quero oferecer algo maior e melhor e pra isso é preciso unção. Digo isso a todos os músicos, não subam num palco sem rezar, sem estar quites com quem te deu essa missão. Mesmo que sejam cinco minutinhos rezando, agradecendo, adorando Jesus Eucarístico, faz TODA a diferença durante cada música e durante cada conversa com quem estava no show.

BLOG - E você, Aura. Como começou sua história com a música? Como veio esta idéia de cantar para Deus?

Aura Lyris - Eu venho de duas famílias inspiradas pela música; tanto a materna, quanto a paterna. A família do meu pai, que é irmão do Tiguez (pai do Demian Tiguez, do Ceremonya. Façam as contas, então, hehehe) tem todo tipo de músico e a família da minha mãe é recordável pelas festas onde todos tocam e cantam. Eu realmente não vejo onde mais isso tudo poderia me levar! Hahahaha... Olhando pra trás percebo como Deus foi carinhoso e atencioso na minha história! Meus pais fazem parte da minha história com Deus e eu sou muito feliz por isso... Vejo filhos que encontraram Deus por um caminho mais tortuoso e tal... Não que não seja difícil o meu também, mas com pai e mãe ao nosso lado, é bem melhor! Muitas pessoas entraram no meu caminho, aos poucos e foram despertando esse desejo de cantar... Agradeço à todas elas!

BLOG - Salvador é uma cidade que sofre com o estereotipo de "Terra do Axé". Até para promover bons eventos católicos é difícil. Há grupos que anseiam por trazer bandas de rock católicas para fazer show aqui. O que os baianos precisam fazer pra terem um showzão da Beatrix?
Aura Lyris - Gente, eu que pergunto, o que o Beatrix precisa fazer pra poder tocar aí?! Hahahaha! Olha, esse estereótipo pode ser facilmente apagado... Quem realmente gosta de música e já procurou a história musical de Salvador e do restante do estado, sabe que grandes nomes da MPB e do rock saíram daí. Depois se mudam para o sudeste por causa da facilidade maior para shows e tal, mas, essa terra tem muito fruto bom, graças a Deus! O abençoado que quiser levar o Beatrix pra tocar em Salvador, liga para o Thiaguinho (baterista) no número: (12) 9175-0190 pelo email thiago@bandabeatrix.com.br.

BLOG - Aura, o que você diria para os músicos católicos de Salvador no sentido de entrega à missão? De comprometimento com aquilo que se canta?
Aura Lyris - Digo que haverá momentos em que você vai querer desistir, mas Deus estará contigo. Não faça nada sozinho, tenha sempre, sempre, alguém com quem partilhar, alguém por quem rezar e que irá rezar por você. Uma missão não se constrói sozinho. Nem os apóstolos viajavam sozinhos, então, claro que a gente não pode evangelizar assim também. Deus não exige de nós mais do que podemos dar. Portanto, se formos fiéis no pouco, na Santa Missa e tudo mais, tenho certeza que será uma maravilha!


BLOG - O cd da banda, Revolution, fala de uma revolução feita através do amor. Explica isso para nós?

Aura Lyris - É a coisa mais simples do mundo; É a fórmula para todos os problemas, posta de maneira quase utópica. Esta é a revolução: Amar. Amar a Deus, amar a todos. Dentro do amor estão todas as qualidades que devemos viver diariamente: humildade, compaixão, fidelidade, perdão, paciência. Se cada um olhar menos para o próprio umbigo e tentar viver não para si, mas para todos, para pelo menos sua família, o mundo será um lugar melhor.


BLOG – Aura Lyris, Banda Beatrix, a Fraternidade Cenáculo agradece a entrevista. Muito obrigado mesmo e que Deus abençoe a missão de vocês!

Aura Lyris - Agradeço à oportunidade de poder dizer um pouco mais o que é o Beatrix e peço que rezem por nós, pelas nossas famílias e pela nossa missão. Deus abençoe vocês! Até a próxima! PAX!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Entrevista Com Miro Machado


Na Noite Especial do dia 26/4, Miro Machado apresentou para o povo de São Cristóvão o novo estilo de seu trabalho. Na ocasião, Miro aproveitou para divulgar seu mais novo CD, Simples. Em entrevista, o cantor falou da iniciativa da Fraternidade Cenáculo e do seu trabalho de evangelização através da música.

Blog - Miro, fale um pouco da iniciativa da Fraternidade Cenáculo de evangelizar de uma maneira simples?

Miro - É um grande desafio ter que sair do nosso mundo, de dentro das quatro paredes da igreja e evangelizar aquelas pessoas que realmente precisam ser evangelizadas. Eu resumo o momento de hoje como uma virada radical no modo de evangelizar.

Blog - Você acha que iniciativas como essa pode ter mais o apoio da igreja?

Miro - Apoio sim este projeto de evangelização, porque a grande realidade é que vivemos em uma cidade em que a música é o centro praticamente de tudo, principalmente na formação do jovem. Todo final de semana existe show em todo lugar, mas para o jovem católico não há alternativa. Acredito que esse evento deveria ser levado para a arquidiocese como um projeto de evangelização a ser praticado por outras paróquias.

Blog - Você acha que a nossa arquidiocese é carente de eventos de música?

Miro - Carente demais. Primeiro, porque não existe um projeto de evangelização através da música, talvez por questão cultural mesmo da nossa arquidiocese. Uma observação que faço é que só vai existir um projeto quando os grandes líderes de movimento como RCC (Renovação Carismática Católica) e pastoral da juventude, começarem a olhar para os artistas da sua terra fazendo com que daqui saiam grandes evangelizadores através da música. O povo deve não só se sentir motivado a ir a um show quando Pe. Fábio de Melo, Pe. Zezinho ou Dunga vier... O que agente está vendo nessa noite é que muitas pessoas que não tinham R$20 para pagar a um show, estão aqui curtindo uma boa música.

Blog - Vamos falar um pouco do projeto de vocês...

Miro - Nosso grande projeto é ser profissional da música, vivendo dela. Não só tocando, mas ensinando. A música é uma profissão como outra qualquer. Agente tem um trabalho missionário desvinculado da RCC. Hoje percebemos que teve 12 estilos diferentes de música que poderia ser igual, mas fizemos diferente. Optamos por uma música mais tranqüila que leva a pessoa a refletir. Nós trazemos uma novidade dentro do que estudamos: o erudito e o clássico. A nossa proposta era trazer um violino e um saxofone.

Blog - Quais são os seus planos?

Miro - Nós temos Planos demais. O maior plano de um músico é ele ser reconhecido naquilo que ele sempre buscou e hoje eu me sinto realizado na música em si. Receber o carinho das pessoas e ouvir: olha essa noite eu rezei com seu trabalho, sua música me fez bem. Isso é gratificante. Eu não preciso ir à Canção Nova para que esse sucesso aconteça, pois ele já acontece, mas de forma simples.Aconteceu um fato muito interessante comigo. Eu me arrumei todo para ir tocar numa missa que tinha só desembargador, juiz; deixei o carro ao lado do fórum Rui Barbosa e, passando por uma mendiga toda suja tinha no mínimo dois anos sem tomar banho, ela me disse: miro, miro posso te dá um abraço, eu disse pode. Ela me deu um abraço de cinco segundos, que valeu por dez anos pela condição que ela estava. Depois já na missa mesmo com o perfume diferente impregnado eu percebi que aquele era o sucesso de qualquer músico que tem, na música, o propósito de formação. A nossa música é para formar e servir. Se tivesse pensando em sucesso estava tocando como o cantor do “Creu, Creu”; do Psirico, que busca todo dia o sucesso não se sentindo realizado. Hoje em Salvador pelo menos 60% das casas têm meu CD, mesmo pirateado.