quarta-feira, 30 de abril de 2008

Entrevista Com Miro Machado


Na Noite Especial do dia 26/4, Miro Machado apresentou para o povo de São Cristóvão o novo estilo de seu trabalho. Na ocasião, Miro aproveitou para divulgar seu mais novo CD, Simples. Em entrevista, o cantor falou da iniciativa da Fraternidade Cenáculo e do seu trabalho de evangelização através da música.

Blog - Miro, fale um pouco da iniciativa da Fraternidade Cenáculo de evangelizar de uma maneira simples?

Miro - É um grande desafio ter que sair do nosso mundo, de dentro das quatro paredes da igreja e evangelizar aquelas pessoas que realmente precisam ser evangelizadas. Eu resumo o momento de hoje como uma virada radical no modo de evangelizar.

Blog - Você acha que iniciativas como essa pode ter mais o apoio da igreja?

Miro - Apoio sim este projeto de evangelização, porque a grande realidade é que vivemos em uma cidade em que a música é o centro praticamente de tudo, principalmente na formação do jovem. Todo final de semana existe show em todo lugar, mas para o jovem católico não há alternativa. Acredito que esse evento deveria ser levado para a arquidiocese como um projeto de evangelização a ser praticado por outras paróquias.

Blog - Você acha que a nossa arquidiocese é carente de eventos de música?

Miro - Carente demais. Primeiro, porque não existe um projeto de evangelização através da música, talvez por questão cultural mesmo da nossa arquidiocese. Uma observação que faço é que só vai existir um projeto quando os grandes líderes de movimento como RCC (Renovação Carismática Católica) e pastoral da juventude, começarem a olhar para os artistas da sua terra fazendo com que daqui saiam grandes evangelizadores através da música. O povo deve não só se sentir motivado a ir a um show quando Pe. Fábio de Melo, Pe. Zezinho ou Dunga vier... O que agente está vendo nessa noite é que muitas pessoas que não tinham R$20 para pagar a um show, estão aqui curtindo uma boa música.

Blog - Vamos falar um pouco do projeto de vocês...

Miro - Nosso grande projeto é ser profissional da música, vivendo dela. Não só tocando, mas ensinando. A música é uma profissão como outra qualquer. Agente tem um trabalho missionário desvinculado da RCC. Hoje percebemos que teve 12 estilos diferentes de música que poderia ser igual, mas fizemos diferente. Optamos por uma música mais tranqüila que leva a pessoa a refletir. Nós trazemos uma novidade dentro do que estudamos: o erudito e o clássico. A nossa proposta era trazer um violino e um saxofone.

Blog - Quais são os seus planos?

Miro - Nós temos Planos demais. O maior plano de um músico é ele ser reconhecido naquilo que ele sempre buscou e hoje eu me sinto realizado na música em si. Receber o carinho das pessoas e ouvir: olha essa noite eu rezei com seu trabalho, sua música me fez bem. Isso é gratificante. Eu não preciso ir à Canção Nova para que esse sucesso aconteça, pois ele já acontece, mas de forma simples.Aconteceu um fato muito interessante comigo. Eu me arrumei todo para ir tocar numa missa que tinha só desembargador, juiz; deixei o carro ao lado do fórum Rui Barbosa e, passando por uma mendiga toda suja tinha no mínimo dois anos sem tomar banho, ela me disse: miro, miro posso te dá um abraço, eu disse pode. Ela me deu um abraço de cinco segundos, que valeu por dez anos pela condição que ela estava. Depois já na missa mesmo com o perfume diferente impregnado eu percebi que aquele era o sucesso de qualquer músico que tem, na música, o propósito de formação. A nossa música é para formar e servir. Se tivesse pensando em sucesso estava tocando como o cantor do “Creu, Creu”; do Psirico, que busca todo dia o sucesso não se sentindo realizado. Hoje em Salvador pelo menos 60% das casas têm meu CD, mesmo pirateado.

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